Nós que nos dedicamos ao mundo do marketing e da comunicação vivemos continuamente híper-conectados. Para trás ficou o tempo em que chegávamos ao escritório e abríamos a nossa caixa de correio eletrónico na expectativa de ver o que nos esperava. Agora vivemos agarrados aos nossos Smartphones, sete dias por semana, 24 horas por dia. Lemos os nossos e-mails ao minuto, ouvimos constantemente um novo “bip” de alerta, seja do Twitter, Facebook, Linkedin ou Foursquare, vemos como o nosso Reader transborda de novas entradas por ler, ou recebemos um novo alerta de menção nalguma das aplicações de monitorização. Esta é a nossa realidade. Porque o mundo da comunicação tem agora um novo ritmo e nós tivemos que nos adaptar a ele. E adoramos.
Vivemos na era da “conversação” e dos conteúdos. A cada minuto que passa é feito o upload de 20h de vídeos no Youtube, são produzidas 80.000 atualizações nos murais dos Facebook, enviam-se mais de 230.000 mensagens privadas, atualizam-se 5.000 Status, partilham-se mais de 50.000 links e etiquetam-se cerca de 65.000 fotografias nesta rede social. O Twitter alcança os 110 milhões de tweets diários. O Linkedin precisa apenas de doze dias para conseguir um novo milhão de utilizadores e segundo Technorati, há 133 milhões de blogs em todo o mundo, dos quais 1,1% são atualizados pelo menos uma vez por semana (1,5 milhões de blogs ativos semanalmente)
Perante este panorama:
É possível ainda acreditar que nos podemos manter à margem da conversação?
Apesar do trabalho pedagógico que as agências, meios de comunicação e especialistas independentes têm vindo a desenvolver durante vários anos, continuamos a encontrar empresas que “têm medo de participar na conversação”. Numerosas organizações, especialmente as grandes, vivem ainda afastadas das redes sociais receosas de dar o salto para o mundo da conversação, para assim evitar os seus riscos.
Então e se entro nas redes e me deparo com críticas? - Perguntam-nos
E se já está a ser criticado e o desconhece? E como tal não dá resposta? – Retorquimos.
A conversação sobre uma empresa, marca ou produto existe com ou sem ela. Está na mão de cada uma gerir esta conversação, conhecer as opiniões e as exigências dos seus clientes ou utilizadores e atuar em conformidade ou viver na ignorância.
A rede é um espaço com infinitas possibilidades que devemos aproveitar. Desde conhecer as mudanças e tendências que se dão no mercado, saber o que está fazer, a nossa concorrência, conversar com os nossos clientes ou utilizadores, ouvir as suas opiniões, crescer graças aos comentários que obtenhamos, gerar diálogo, construir a nossa rede, comentar com o nosso público a última notícia que lançámos, confirmar em tempo real, e em primeira pessoa, como é avaliada, qual é a sua perceção, o que esperam de nós.
Alguma vez as empresas tiveram a oportunidade de aceder a tanta informação de uma forma tão simples, dinâmica e direta? Evidentemente que não.
É certo que nem tudo o que iremos encontrar serão elogios. Ninguém está isento a críticas, por isso, uma vez que não só é possível, como também provável, que neste diálogo nos cruzemos com opiniões que não nos agradem, com argumentos com os quais não estamos de acordo, críticas ou reclamações que podem ter ou não razão de ser. Mas não será melhor conhecê-las e poder responder? Se temos um cliente ou um utilizador insatisfeito, não será melhor saber o que o levou a tirar essa conclusão e poder solucionar o problema, antes que este, aproveitando-se da viralidade da rede, se possa converter em algo muito maior?
Tudo que é novidade provoca sempre receio
Mas está na altura deixar para trás as dúvidas e saltar para a rede.
Fontes: Relatórios e infografias de Fast Company, Agência 101, Aulas de jornalismo. Technorati
* Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico